Acerca de mim

A minha foto
Poeta, compositor, tímido, deslocado, romântico e contador de mentiras...

Arquivo poético

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

As coisas que ficam

As águas passaram e o rio ficou
Os peixes passaram e o rio ficou
Os barcos passaram e o rio ficou
Ficaram as pedras
Ficaram as margens
Ficamos nós esperando
As águas voltarem
Ficamos nós petrificados nas margens
E o que fica no adeus é a saudade

Às vezes somos como o rio
Que vê tudo passar
Outras vezes,
Somos as margens e as pedras
Que ficam pelo caminho
E quantas vezes somos como as águas
E passamos sem perceber o rio
As margens, os peixes, os barcos, as pedras?
Às vezes não vemos o amor
E por ser cego,
Ele também
Quase sempre não nos vê.

As águas passaram
Os peixes passaram
Passaram os barcos
Ficaram as pedras
Ficaram as margens
Ficou a saudade de alguém que partiu
Ficou um vazio
E o rio que virou estrada



2 comentários:

  1. Nossa essa poesia é pura verdade, as vezes a nossa vida passa e agente nem viu que passou. .. muito linda

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Feliz pelo seu comentário, Monica. Nem sempre é nossa culpa não perceber o que se passa e o que fica do que passou. Na maioria das vezes o mundo nos obriga a correr ou vendar os olhos. Assim perdemos muitas paisagens e pessoas que cruzam o nosso caminho.

      Eliminar