Maria de nome. Alcunha
Beata. Assim é como todos a conhecem. Não sai de casa sem antes rezar seu
terço. Quinze Ave Maria, vinte Pai Nosso. Não se cansa de mostrar aos netos
a foto que tirou do papa, quando este veio visitar seu país. Seus olhos enchem
de lágrimas toda vez que se lembra da missa celebrada em praça pública.
Faz reuniões em casa
com as amigas. Com elas estuda a bíblia, reza e canta os hinos da igreja. Tem
imagens de santos espalhadas pela casa: na sala, sobre a estante, está Nossa
Senhora; no quarto, sobre a mesa de cabeceira, Santo Antônio; na cozinha,
pendurado na parede, está um quadro da Santa Ceia. E da hora em que acorda até
o momento de se deitar para dormir não passa uma vez sequer pelas imagens sem
antes beijá-las com a mão.
Queria entrar para o convento depois
que o marido faleceu, mas por insistência da família não o fez. Maria Beata não
se cansa dos seus rituais religiosos e passa as tardes de domingo – escondida -
namorando o padre da igreja Matriz.
(Em homenagem à visita do Pontífice ao Brasil.)
Sem comentários:
Enviar um comentário