Quero a fumaça dos
carros
No caos ordinário da
cidade
Gigantes inertes de
concreto
Erguidos por mãos
rudes nordestinas.
Cai do céu a
tempestade
E castiga a vida de
inocentes
Lona, lama, lágrimas
Deslizam-se os sonhos
imprudentes.
Quero sob os pés o
negro asfalto
Sobre a cabeça o
firmamento
Que outrora azul era e
agora é cinza
E os pulmões resistem
persistentes.
Cada passo um preço
alto
Cada noite um devaneio
Em cada praça um
precipício
E em cada esquina um
tiroteio.
Quero a buzina das
motos
Menos anéis e mais
dedos
Paz e verdade nas
igrejas
Cerveja e risada entre
amigos.
A cidade me consome,
me socorre, me invade
E meu interior,
A despeito de tudo,
Está tão longe de outras
cidades.
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