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Poeta, compositor, tímido, deslocado, romântico e contador de mentiras...

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segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Um olhar pela janela

Da janela eu vejo a rua
Vejo pessoas
Mudas, surdas, estranhas
Algumas cansadas e doentes
Outras fortes e sadias
Vejo pessoas tão iguais e tão diferentes
Vejo a cor da fumaça dos carros
A impaciência nos ônibus lotados
Vejo a estupidez nos gritos roucos
A pressa em passos largos
A loucura, a preguiça, a indiferença
Vejo de tudo um pouco
E um pouco de tudo
A dor de quem sofre
O sorriso de quem ama
Vejo a solidão e a timidez
Das pessoas estranhas
Da janela eu vejo a rua
E quase não controlo o meu desejo de pular
Poluição de sobra
Do som, da visão, do ar
Rodam a catraca
Pessoas estranhas pegam o trem
Pessoas rudes pegam o trem
Pessoas boas pegam o trem
E no final da curva
Um carro atropela alguém
Cidade de pessoas
Pessoas de cidades diferentes
Vão passando pela janela
Tropeçando sem saber para onde vão
Para onde ir
Anúncio de carnes
Anúncio de bilhetes
Anúncio de sonhos
Anúncio de cerveja
Vejam só!
Nem notam a própria presença
Onde estão?
Para onde vão?
Ninguém quer saber
E na verdade ninguém sabe
Pessoas estranhas

Estranha cidade

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