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Poeta, compositor, tímido, deslocado, romântico e contador de mentiras...

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segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

O Antídoto

E o veneno insiste em correr pelas veias do meu corpo esquelético. Já desisti de procurar o antídoto, pois a dor, muitas vezes, é prazer disfarçado, inebriante, que lentamente invade meu coração mal palpitado. Sim, deixei que ele, o veneno, fizesse sua parte, já que é pra isso que serve sua produção. A minha, confesso, ainda procuro uma razão de ser.
- O que veio fazer hoje no horizonte? - Pergunta o pássaro que descansa no fio descascado do poste de luz elétrica da rua sem saída. A quem se dirige a questão, pouco importa, se o sol, mesmo acordado, não mostra sua nudez no céu pálido e os passantes continuam tropeçando na pressa necessária do cotidiano citadino.
- Mas seria mesmo necessária tanta pressa? - Agora sou eu quem pergunta. E da mesma forma, pouco importa a resposta, pois se não é necessária – falo da pressa -, é sempre obrigatória, para não sermos atropelados pelos tanques de guerra com os quais, diariamente, nos deparamos nas calçadas e avenidas.
O veneno não mata, apenas agride meu fígado. E já não penso da mesma forma de minutos atrás. Talvez esse seja o antídoto...





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