(Em homenagem ao Brasil, campeão da Copa das Confederações)
Abandona o colo, o
peito
e vai crescer na rua.
Jogar sua bola na
sarjeta,
de pés descalços,
camisa dez,
mãos e boca suja.
O nome pouco importa,
inventam sempre um
apelido:
Didi, Kaká, Zé
Galinha.
Exporta tua arte
juvenil:
- É do Brazil zil zil!
Dom de moleque,
de ser bola que rola
na terra
no asfalto ou no
carpete,
é sempre bola, e
sempre bom.
Abandona a casa,
a cidade,
os pais,
o país.
Vai jogar lá fora:
- É do Brazil zil zil!
Fazer fortuna,
virar o jogo
e esquecer a bola.
Tem de prover seu
futuro
em carreira relâmpago.
Veste a camisa
amarela,
azul, cinza e vermelha.
O mais importante é
sempre o verde
do papel.
Brasil:
futebol de sobra,
tem fome de bola,
marca gols de placa,
mas não sai do zero a
zero.
Belíssimo poema, João Daniel. A musicalidade que há nele faz com que a leitura transcorra numa cadência muito legal. Adorei.
ResponderEliminarMuito obrigado, Maria. Minha veia musical afeta diretamente meus poemas. Involuntariamente as palavras se constroem em melodias.
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