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Poeta, compositor, tímido, deslocado, romântico e contador de mentiras...

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quinta-feira, 4 de julho de 2013

No sofá

Os tempos mudam
Os novos ficam velhos
E os velhos maltratados se acumulam
Outros votos
Outros homens
Outros vetos
Outras fraudes
No estômago a fome
Na cabeça o vazio
A creche que encheu
O livro que faltou
A criança que morreu na fila do hospital
O frio na carne e nas ruas o sangue
O tempo passa
E certas coisas não mudam
Não envelhecem
E nem mais envergonham
E nossa indignação
É cada vez mais rouca
Porque mesmo sendo bombardeados
Nós não lutamos
Somos soldados
Vencidos
Assistindo à guerra

No conforto do sofá.

(Parece que a indignação da população brasileira ganhou voz e se levantou do sofá - Já era tempo!)

3 comentários:

  1. Você continua o bom escritor de sempre... apenas aperfeiçoou, o talento é o mesmo!
    Esse poema é o retrato do atual momento.

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    Respostas
    1. Obrigado, Jaque!
      Infelizmente o poema ainda faz sentido...
      Talvez um dia as coisas mudem...
      Esperemos!

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    2. Esperança... hoje e sempre ;)

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