Já
não há mais dedos para os anéis. Ou estes ficaram pequenos demais ou aqueles
engordaram além da conta. Ou será o contrário? Só sei que não vejo entre os
casais – isso quando os vejo – o beijo na mão, o toque dos olhos e a cor viva
dos lábios quando estes sorriem sem motivos.
Seria
o amor uma declaração nas redes sociais? A mudança de “status” em perfis da
internet? Estaria o amor a navegar por bits, bytes, mega, ultra, hiper exposição a um público desconhecido? Afinal, pra quem se dirige sua fala
(ou melhor, suas mensagens)? Quem é o destinatário de suas lamentações? Vivemos
em uma democracia e de grande valia é a opinião bem fundamentada. Contudo,
pouco importa o que você fez depois de acordar, antes de dormir, no banho, no
trânsito, na puta que pariu!
Não
há mais dedos para toque das mãos. São muitas teclas a separá-los. São todos
amantes de todos, carentes, cheios de amor para dar. Solitários saciando
desejos sobre os teclados. E os anéis? Ficam sob os anais perdidos em folhas
rabiscadas de algum diário esquecido no fundo do armário da alma.
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