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terça-feira, 11 de março de 2014

Cadê o amor?

Cadê o amor?

O amor morreu! Ah, será? Sabemos que ainda vive em alguma página da literatura, da internet, cenários de cinema, refrãos de música. Falo do amor entre homem e mulher. Aquele feito pra casar, ter filhos. Existem outros, não? Afinal, os gregos já consideravam os diversos amores: Eros, Fília, Ágape. Cada um com suas particularidades. Contudo, o que me interessa falar é sobre o amor romântico. Então, onde ele está? Nas ruas, supermercados, carros na avenida, janela de apartamentos, academia, faculdade, trabalho? Onde se esconde? Onde?
Das dezenas de vezes que nos apaixonamos durante a vida qual delas foi realmente amor? Ah, você jurou amor durante a adolescência, disse que nunca mais deixaria aquela pessoa que conheceu na faculdade, ficou encantada com o colega de trabalho e acreditou enfim que tinha encontrado o amor eterno. Será? Quantas pessoas por você passaram, deitaram em sua cama, dividiram sua mesa e o sofá da sua sala? Quantas? Perdeu a conta?
Ah, o amor é lindo! Sim! Antes de descobrir as manias do outro, tudo é belo. Antes de se irritar com suas atitudes impensadas ou racionais demais. Antes de saber que ele é cheio de defeitos e detesta os filmes de que você tanto gosta. É lindo antes de a barriga crescer, dos cabelos caírem, do dinheiro minguar. É lindo, principalmente, quando não há comprometimento. Quando você não precisa abrir mão de certas coisas. Quando cada um vai pra sua casa depois de um desentendimento que acaba gerando uma briga idiota.
O amor morreu? Não. Ele vive. O que morreu foram os protagonistas desse sentimento. Ninguém quer lutar para fazer valer a pena. É muito esforço desprendido. Ninguém quer se doar, aceitar o outro como ele é. Ninguém quer deixar suas vaidades de lado, seus desejos mesquinhos. Ninguém quer sofrer, suportar a dor, esperar, ter paciência e compreensão. É como uma biblioteca vazia. Os livros estão lá, e ninguém quer ter o trabalho de tira-los da estante e se debruçar sobre suas páginas. O máximo que fazem é apreciar a capa, a sinopse. O conteúdo fica sempre desconhecido, quando muito, superficial.

Quanto trabalho que dá ler um livro? E quantos livros você já leu em sua vida? O amor existe. Mas a biblioteca está vazia.

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